- Maria Argentina Húmia Dórrio
- 25 de mai. de 2024
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Atualizado: 1 de jun.
Nossa época potencializa bastante o aparecimento da angústia. Um mundo globalizado, com meios de comunicação quase instantânea, em que existe uma mesma solução para todos e em que todos devem fazer a mesma coisa e ter as mesmas opiniões para se sentirem pertencentes a uma comunidade, faz com que desapareçam as singularidades de cada um, abrindo caminho para situações nas quais o sujeito se vê invadido por algo que não consegue explicar. O pânico, por exemplo, é uma angústia levada ao extremo. No entanto, a angústia é, em sua origem, um afeto que tem ressonância no corpo e que pode sinalizar que o sujeito se encontra diante de uma perda que coloca em questão seu lugar no mundo e sua posição perante o outro. Por isso, esse pode ser um momento privilegiado para uma análise, porque o sujeito pode estar perto de uma profunda mudança de posição perante a vida. Ao colocar em questão o que ele é para o outro, ou o que o outro sempre esperou dele, entra em angústia. Porém, é a partir daí que se abre a oportunidade para viver de outra forma em sua relação com o outro e consigo mesmo
